segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O que te faz pensar?

A mandala de cor predominantemente azul pendurada no teto da minha sala gira para a esquerda e me mostra seu brilho amarelado da estrela de nove pontas no interior.
O vento bate, fazendo girar para a direita e ficando de frente à mim.
Pesquisei sobre suas cores. É uma mandala sem grandes definições, creio eu. Vejo azul, azul anil, amarelo, rosa, laranja e verde.
Fiz a liga entre essa mandala e a sociedade que temos ao redor.

'O azul claro associado ao vermelho indica uma postura um tanto fria e calculista perante aos relacionamentos afetivos. O azul claro associado ao laranja indica uma certa frieza afetiva. O azul claro associado ao amarelo indica unidade entre os aspectos  femininos e masculinos, integrando o self.
O azul claro associado ao verde indica pessoas que não conseguem responder ao amor e evita novos relacionamentos. O azul claro associado ao azul anil mostram habilidades dos curadores, que usam a voz para cura, hipnoterapeutas.'
Certo. Onde está o Rosa nisso tudo? 
Por fim, senti essa mandala um tanto quanto individualista.
Sociedade. O que esperar de você? Tão fria, tão inconsequente, tão imprevisível...
Olho a TV sem som à minha frente. Propagandas e novelas mostrando uma realidade desconhecida para tantos.
Li uma frase hoje que me espantou.
'A felicidade é a única coisa que podemos dar sem possuir.' Voltaire
Sim. Voltaire. Um pseudônimo de François-Marie Arouet. Além de muitas outras coisas, foi um escritor e filósofo sensacional nos anos de mil setecentos e setenta e alguma coisa...defendia liberdades e liberdades...e quando li essa frase, desacreditei. Como pode ser dele? Como alguem tão pensante, pensa em algo tão sem nexo? Pode até ter nexo para muitos, mas penso que o ser humano não seja capaz de fazer alguem totalmente feliz quando não  está feliz sendo o que é.
De repente, começo a ouvir 'Champagne Supernova' do Oasis. 
How many special people change?
How many lives are living strange?
Não mais me iludo achando que o mundo poderá gostar de mim. Queria poder gostar do mundo. Mas como, se o mundo faz questão de desafinar ao meu encontro tantas vezes?




Um comentário:

  1. Que ousadia a sua contrapor a algo de Voltaire.Te admiro porém não apenas por sua audácia,mas também pela sensibilidade e beleza com forma a qual você trata as palavras.Eu pude sentir o que você disse.As idéias,principalmente as geradas por um gênio como Voltaire,devem ser mastigadas,e não simplesmente engolidas.Bacana você ter exposto o seu ponto de vista sobre algo dele sem deixar-se influenciar.É claro que para analisar essa frase profundamente,eu teria que ter o conhecimento de todo o contexto aonde ela foi inserida.Mas analisando-a isoladamente,concluo que tem um fundo de verdade em suas palavras,entretanto,ao meu ver, não tudo.Falo isso por ser eu mesma uma prova empírica dessa frase de Voltaire.Vivo somente porque a minha existência traz felicidade as pessoas que me amam.E pelo meu amor recíproco,jamais traria tristeza a elas com a minha ausência .Vivo apenas por isso.Minha vida não tem graça,não tem forma e nem cor.Prefiro contar com a felicidade concreta que proporciono a elas,do que contar com a minha felicidade abstrata.Enquanto a isso me agarro nas esperanças.Talvez um dia eu mude.Talvez algo melhore.Talvez...

    Reparei também que você gosta muito de discorrer sobre a alma ,além de obter também um gosto literário bem intenso.Baseando-se nisso e é claro,se você me permitir a audácia dessa vez,vou indicar-lhe uma obra literária magnífica.Chama-se ''Os miseráveis-Victor Hugo''.Tenho certeza que você irá refletir bastante sobre as misérias da alma.Espero que renda a você muitas idéias e lindos textos. ;)
    Beijão Piu

    ResponderExcluir